Jamila's goal

domingo, 16 de maio de 2010

Lidar com seus limites - talvez, a maior das lições

 (estes não são os meus joelhos. rs)

Olá!

O assunto desse post é possivelmente uma das questões mais centrais de todo esse processo que estou me dispondo a viver: quais são nossos limites?
O assunto aparece quando estamos aprendendo a lidar com nossas emoções, com nossas sensações corporais (diferenciar gula e saciedade, por exemplo), mas hoje especificamente eu venho falar sobre atividade física.

Estou fazendo exercícios sob orientação de uma personal trainer desde setembro de 2009, mas isso só começou a fazer diferença de verdade nas minhas medidas a partir de março deste ano, quando entrei para os Vigilantes do Peso e adotei uma estratégia real de emagrecimento (até então, eu vinha comendo tudo que eu gastava em calorias, rs).

Depois de muito treino, disciplina e persistência eu finalmente desenvolvi a massa muscular e a capacidade cardiorrespiratória para correr (fato que eu narro no vídeo que está alguns posts para baixo deste), e vinha elevando minha performance num ritmo excelente: comecei fevereiro correndo um minuto e andando um minuto e agora no início de maio já estava correndo 6 minutos! Isso é um grande feito para  uma sedentária que já estava com seu pé na obesidade I, rs!

Pois é. Assim que meu desempenho melhorou... meu joelho se queixou do esforço. Tenho condromalácia patelar, e ela se manifestou do modo como já havia feito antes: joelho inchado, certa dificuldade de movimentação e um pouco de dor.

A primeira sensação foi de um balde de água fria, afinal eu já estava me preparando para correr minha primeira prova - o Circuito Athenas, que vai rolar agora no fim de maio, e estava super orgulhosa da minha capacidade de autossuperação. Mancar e fazer compressas de gelo não era bem o que eu tinha em mente.

Porém, estive com um ortopedista especializado em joelhos essa semana (Dr. Clauber Tieppo, excelente!) e ele me tranquilizou: "você está no caminho certo, mas por enquanto precisa respeitar os limites do seu corpo. Nada te impede de um dia vir até mesmo a correr uma maratona, mas por enquanto aceite o que sua articulação pode lhe oferecer."

Por enquanto vou poder andar e pedalar - a corrida vai ter que esperar o ponteiro da balança baixar um pouco mais. Ainda assim, sigo com paciência e persistência - se você deixar que a ansiedade e o desânimo tomem o lugar delas, o fracasso estará te esperando na esquina. Os resultados estão aqui, o trabalho continua!

Abraço!

PS: Pensar no sobre peso comparando-o com outros itens do cotidiano é algo muito maluco. Imagine só, eu já deixei de "carregar" comigo mais que o equivalente a um saco de arroz! :D

segunda-feira, 10 de maio de 2010

As primeiras grandes mudanças

"Changes", Kelly Chen

Lá se vão 10 semanas que minha reeducação começou!
Mesmo com a minha ansiedade, meu resultado vem sendo muito bom: nenhuma semana de estagnação ou de aumento de peso, roupas voltando a servir, formas corporais mudando... e um corpo mudando por dentro também, de modos que eu jamais imaginaria.

Preciso esclarecer que o VP vem sendo ótimo para mim porque meus hábitos alimentares sempre foram razoavelmente saudáveis, exceto quando o que estava em questão era o açúcar. Sempre fui do tipo que não conseguia largar uma caixa de bombom enquanto ela não acabar, que acaba a refeição e fica com aquela sensação de que "algo está faltando" enquanto não se come uma sobremesa. 
Quando comecei a reeducação, combinei comigo mesma que eu não cortaria os doces do meu dia-a-dia justamente para não ter sintomas de privação e desanimar. Entretanto, quando você começa a pensar sobre o que e quanto come, as porções mudam - você come menos, troca alguns doces por outros mais saudáveis - e seu corpo se adapta à nova realidade.

Depois de 10 semanas, meu corpo aprendeu a dizer não aos excessos.

Repetir o prato? É pedir para passar mal depois.
Minha orientadora usa uma frase que me pareceu besta da primeira vez que ouvi, mas agora entendo: "o segundo pedaço tem o mesmo gosto do primeiro". Ou seja: coma para se alimentar, e não para ficar degustando o sabor do alimento.

Comer um Suflair de uma vez? Fiz isso outro dia, num episódio aleatório de ansiedade e tive tontura depois. Meu pâncreas já se acostumou a liberar quantidades menores de insulina e levou um susto quando mandei aquele trambolho de chocolate para dentro, hehehehe! 
Melhor comer um Alpino quando a vontade apertar.

A alimentação mais 'junkie' mexe com a minha disposição. Fui ao cinema outro dia, comi pipoca e, mais tarde, ainda comi um pouco de chocolate e um salgado de padaria... Fiquei tão sonolenta que cheguei em casa e dormi. Esse episódio foi importante para me fazer perceber que a alimentação mais saudável também me deixa muito mais bem-disposta.

Outra conquista importantíssima: a atividade física finalmente tornou-se algo prazeroso para mim, depois de uma vida de humilhação, preconceitos e falta de iniciativa. Estou "de castigo" essa semana com dores no joelho por causa de um problema de cartilagem (tenho médico na sexta), mas já sou capaz de correr 5, 6 km (intercalando com caminhadas de 1 minuto após alguns minutos de corrida).
Para alguém que chegava ao topo de escadarias com alguma falta de ar, isso é uma vitória sem tamanho!

Um abraço!